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Alimentos que causam gases

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Flatulência excessiva é um distúrbio digestivo que interfere na qualidade de vida de muitas pessoas. A produção de gases ocorre no intestino e decorre do processo de fermentação bacteriana sobre os alimentos ingeridos. Assim, é um processo fisiológico. Porém, quando há grande produção pode indicar algum distúrbio que pode estar relacionado ao (s) tipo (s) de alimento (s) ingerido (s). Por isso, conhecer sobre quais alimentos fermentam mais em nosso intestino e, com isso, levam à maior produção de gases, é importante para adotar estratégias de: (1) diminuir o consumo destes alimentos; (2) diminuir a frequência de consumo destes alimentos e; (3) diminuir a combinação destes alimentos em uma mesma refeição ou no mesmo dia. Abaixo segue uma lista dos principais alimentos que aumentam a flatulência:

  1. Alimentos ricos em FODMAPs (Oligosacarideos, Dissacarideos, Monossacarideos e Poliois Fermentáveis). São carboidratos altamente fermentáveis no intestino grosso, e que são dificilmente absorvidos pelo intestino delgado causando sintomas como a maior produção de gases. Exemplo de alimentos que contém FODMAPs: feijão, castanha de caju, alimentos à base de farinha de trigo, cebola e alho, brócolis, repolho, mel, frutas como maçã, melancia e manga.
  2. Leite e derivados lácteos. Se você produz muitos gases ao consumir estes alimentos, isso pode indicar uma intolerância à lactose ou uma intolerância à caseína do leite, ou ambos. A intolerância à caseína se refere à intolerância principalmente da beta-caseína A1 do leite, uma caseína mutada que está presente no leite industrializado comprado em mercados, por exemplo. Alguns estudos iniciais já mostram que ela produz no trato digestivo uma substância inflamatória que pode influenciar o surgimento de alguns desconfortos, como a produção de gases, e ainda piorar os sintomas de intolerância à lactose. Por isso, hoje já existem outras opções de leite de vaca que não contém a beta-caseína A1, como o Leite A2, um tipo de leite de vaca que contém apenas a beta-caseína A2, a qual não provoca desconfortos digestivos (ex.: produção excessiva de gases).
  3. Poliois. São álcoois de açúcar que normalmente estão presentes em alimentos industrializados, principalmente nos alimentos que não contém açúcar. Eles são mal absorvidos no intestino e permanecem neste órgão sendo fermentados pelas bactérias e gerando gases. São normalmente encontrados na lista de ingredientes de bolos prontos, doces, barras de proteína, gomas sem açúcar, ou são utilizados para adoçar bebidas industrializadas. Por isso, a orientação é ler com atenção a lista de ingredientes do que é consumido com muita frequência e identificar a presença de nomes como ‘sorbitol, manitol, xilitol, glicerol’, que são os poliois mais comuns encontrados em alimentos.
  4. Alimentos e bebidas industrializadas ricos em açúcar. O açúcar é altamente fermentado no intestino e leva à maior produção de gases. Assim, o maior consumo de fast foods e alimentos processados (balas, bombons, pizzas, hambúrgueres, refrigerantes, chocolates, açúcar adicionado no cafezinho, sucos industrializados, bolachas recheadas) pode estar gerando este desconforto.
  5. Alimentos ricos em enxofre como, alho, cebola, brócolis, leite e derivados, grãos e castanhas, acabam aumentando a flatulência. E alguns deles (feijão, repolho, brócolis, couve de Bruxelas e aspargos), também contém um tipo de açúcar chamado de rafinose que é resistente à digestão e por isso aumentam a produção de gases.

 

Referências utilizadas:

Kay SS, Delgado S, Mittal J, Eshraghi RS, Mittal R, Eshraghi AA. Beneficial Effects of Milk Having A2 β-Casein Protein: Myth or Reality? J Nutr. 2021 May 11;151(5):1061-1072.

Lacy BE, Cangemi D, Vazquez-Roque M. Management of Chronic Abdominal Distension and Bloating. Clin Gastroenterol Hepatol. 2021 Feb;19(2):219-231.e1.

Agrawal A, Whorwell PJ. Review article: abdominal bloating and distension in functional gastrointestinal disorders–epidemiology and exploration of possible mechanisms. Aliment Pharmacol Ther. 2008 Jan 1;27(1):2-10.

Autora

Luana Bernardi, Nutricionista e Doutora em Tecnologia e Saúde.

“As informações fornecidas neste site não substituem a consulta profissional com um médico ou nutricionista. Um acompanhamento com profissional da saúde sempre deve estar a frente para prescrever qualquer plano de tratamento. Utilize as informações contidas aqui como forma de conhecimento geral”.

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